por Nathália Peres
Desde a última
quarta-feira (26/7) quando foi divulgado o acidente que ocorreu no Parque
Mutirama, os veículos jornalísticos não param de falar sobre o assunto, e pior
ainda, repetem a todo momento as imagens do referido caso. Creio que a atitude
sensacionalista de determinados veículos, a maioria, causam um impacto muito
grande na vida das crianças, adultos, idosos que presenciaram a cena, ou foram
vítimas do acidente.
Mas minha
intenção, com este post, não é ser sensacionalista e muito menos achar
culpados para tal tragédia. Nem por isto sou indiferente ao sofrimento de quem
esteve ali. Sim, os culpados devem ser punidos, e sim, as famílias devem
receber um mínimo de apoio possível.
Venho, por
este meio, levantar um grande questionamento para os jornalistas como um todo.
Estamos realmente prestando um serviço de informação, ou só estamos fazemos
mídia em cima de tantos acidentes, tragédias, casos de violência, mortes? Ao
abrir um veículo de informação, não queremos “espremer dor e sangue” dali,
queremos informações e não ver um relato quase que diário de tantos casos
trágicos.
Ontem (27/7),
ao assistir um determinado programa jornalístico no horário de almoço, fiquei
PERPLEXA!! Por que levar uma criança ao vivo para o jornal e exibir o vídeo
para ela e a mãe relembrarem todo sofrimento? É uma criança, só pelo acidente,
ela já esta traumatizada, e é realmente necessário estender a dor que ela está
sentindo por mais tempo, tudo em nome da AUDIÊNCIA?
Este ser que
ronda a vida de qualquer jornalista, é maior que nosso código de ética? Que os
princípios, aparentemente lindos na teoria, de imparcialidade, neutralidade,
objetividade, veracidade? Enquanto jornalista, sei que a prática não condiz
nenhum pouco com a teoria, mas o mínimo que podemos esperar de um profissional
que lida constantemente com as diferentes realidades sociais é um pouco de
humanidade.
Aproveitando o ensejo, para levantar outras reflexões, estamos realmente
informando ou desinformando a população? O que a Demi e o Neymar serem visto em
um determinado show afeta a nossa vida? Não sou contra um jornalismo descontraído,
muito pelo contrário, é extremamente válido esta estratégia para chegarmos nas
casas de tantas pessoas, mas se vamos realmente inovar, que seja com um mínimo
de critério de noticiabilidade e, por favor, com mais ética profissional e
respeito a vida.
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